O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida precisa de R$ 620 milhões de dotação orçamentária, sujeita ao aval do Congresso, para manter as obras em execução neste ano, afirmou nesta terça-feira (26) o ministro Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional).
Canuto esteve na comissão de fiscalização financeira e controle da Câmara para falar sobre o programa habitacional. Segundo ele, os R$ 620 milhões estão acordados em um projeto de lei que será votado pelo Congresso nesta quarta (27) e que prevê uma dotação de R$ 1,230 bilhão para o programa.
O projeto corre o risco de ser rejeitado integralmente. Se isso ocorrer, o ministério fica sem nada. Por isso, Canuto afirmou que foi construído um acordo para reduzir o valor da dotação para R$ 620 milhões. "Como houve descontingenciamento completo [do orçamento do ministério], se vier a dotação, o limite de empenho já está garantido", afirmou.
Esse dinheiro, acrescentou, permitirá ao ministério pagar suas dívidas e manter toda a execução das unidades em construção. No próximo ano, os recursos para o programa previstos no projeto de lei orçamentária enviado ao Congresso, de R$ 2,23 bilhões, permitem apenas o pagamento de contratos em andamento da faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida -cerca de 233 mil unidades. "Não há possibilidade de fazer coisa nova, mas garante a execução", disse.
Seria necessário um adicional de R$ 442 milhões para retomar 8.922 unidades hoje paralisadas. "A gente está precisando de orçamento, várias pastas estão precisando de orçamento. Eu falei, a gente é uma parceria dos 22 [ministérios]. A gente tem que abrir mão desses recursos para que as outras pastas tenham a dotação necessária para executar suas despesas", disse.
Canuto disse ainda que o ministério do Desenvolvimento Regional está concluindo um texto com mudanças no Minha Casa, Minha Vida. As alterações serão apresentadas aos ministérios da Cidadania e da Economia e, a seguir, ao presidente Jair Bolsonaro, que vai submeter a medida provisória ao Congresso.
Um dos entraves atuais é a precificação do modelo de voucher da construção, um tíquete que poderia ser usado para compra, construção ou reforma de imóveis. "A gente está conversando com a Caixa [Econômica Federal], isso está adiantado. O que vai aparecer, a medida provisória, o decreto, é só a ponta do iceberg. Estamos trabalhando todo o operacional para saber se esse programa consegue parar em pé", afirmou.
O ministério se debruça sobre o custo do programa e quanto do voucher tem que ser destinado para a Caixa para que ela possa operacionalizar o uso dos recursos.
"Esse valor é que não está definido para a gente colocar no decreto, qual o valor do voucher que vai ser destinado a remunerar o agente financeiro e o agente operador. Isso é importante para a economia saber qual vai ser o custo, quantos vouchers eu vou poder lançar", disse.
Canuto afirmou que a média de construção é de R$ 60 mil, mas isso depende das regiões do país. Uma das etapas da seleção será identificar o mercado imobiliário local. "A gente não pode inflar o mercado, mas não pode dar um voucher que seja ineficaz", defendeu.
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