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Com apoio de arquitetos, moradores de habitacional no Recife ganham qualidade de vida - Sinduscon PE

Com apoio de arquitetos, moradores de habitacional no Recife ganham qualidade de vida

10/07/2019 - Fonte: Portal FolhaPE - Cotidiano
Com base na lei de Assistência Técnica para habitações de interesse social, CAU criou edital que muda a vida de pessoas que moravam na comunidade da Ilha das Cobras, em Casa Forte

O habitacional Padre José Edwaldo Gomes, em Casa Forte, na Zona Norte do Recife, foi entregue há menos de um ano. Pessoas que moravam em palafitas sobre um canal e em habitações com qualidade de vida muito baixa na comunidade Ilha das Cobras, hoje se dividem em 192 pequenos apartamentos em um dos bairros mais valorizados da Capital. Mas eles ainda não aprenderam a viver no novo lar.

A casa nova parece grande demais, vazia, e não tem a personalidade dos moradores. Além dos problemas de convivência em um condomínio, com regras específicas. Um projeto da iniciativa Arquitetura Aberta tem conseguido amenizar os dois problemas. Eles estão criando plantas personalizadas paras as famílias do habitacional e realizando oficinas para ensinar os moradores a criar móveis. No último dia oito, eles aprenderam juntos a fabricar móveis com pallets.

“É muito diferente a casa nova da antiga. Quando chovia, alagava tudo. Tinha rato, escorpião, barata. Hoje a gente acha bom quando começa a chover. ”, contou Cristiane Ramos, 40, que vive com as duas filhas no habitacional. “Acho que as duas têm o mesmo tamanho, mas pela organização do espaço, sinto ela maior. E não sabia muito bem o que fazer. Por isso procurei o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-PE), sabendo que existe a Lei de Assistência Técnica para Habitação de Interesse Especial que garante o serviço de arquitetura para habitacionais como o nosso.”

O CAU-PE abriu edital para o serviço, que o Arquitetura Aberta ganhou. “Entregaremos as plantas individualizadas paras as 192 famílias e estamos realizando as oficinas. Eu bolei uma metodologia de trabalho para potencializar ao máximo a qualidade de vida dos moradores do habitacional, porque é com isso que a arquitetura se preocupa: qualidade de vida”, contou a arquiteta Carmen Cavalcanti, à frente da iniciativa.

O projeto, já pautado pela sustentabilidade, tem ido além do trabalho com questões específicas de decoração e edificações. As oficinas têm ajudado a reunir as famílias e a dar autonomia. “Somos na maioria, mulheres chefes de famílias. Antes precisávamos de homens até para bater um prego. Agora somos capazes de fabricar um móvel inteiro desde o começo”, analisa Cristiane.

A síndica do habitacional, Cida Alves, 50, media os conflitos entre os moradores, ainda se acostumando a viver da nova maneira. “As oficinas têm ocupada a mente das pessoas e colocado elas para trabalhar juntas. Isso tem ajudado a melhorar a convivência”, explica Cida, que montou um caixote decorativo na última oficina, já sabendo exatamente o canto da casa onde ele será colocado. Cida já pensa, também, em montar uma cooperativa do habitacional para fabricar e vender os móveis.

Quem ensinou Cida a trabalhar com pallets na oficina foi o projeto Minha Casa da Árvore. Que surgiu, justamente, da necessidade de morar. “Quando me separei, fiquei sem casa e tinha pouco dinheiro. Uma tia cedeu uma laje, onde construí um lar e passei pela mesma situação das pessoas que estão fazendo a oficina. Aos poucos, fui reorganizando a casa, redecorando coisas que outras pessoas não queriam mais. Mostrei o processo no instagram e sugeriram que eu levasse o projeto para além da minha casa”, conta a consultora em empreendedorismo social Paula Velôzo, líder do projeto.

- Athis:

O projeto executado no habitacional Padre José Edwaldo Gomes é fruto do primeiro edital do CAU-PE voltado para a Athis. De acordo com presidente do Conselho, Rafael Tenório, a Lei de Assistência Técnica para Habitações de Interesse Social está sendo, assim, colocada em prática. “Apesar de a lei ter dez anos, antes tínhamos apenas oficinas e treinamentos no tema. Ano passado realizamos o primeiro edital, pautados por uma demanda específica do habitacional e, dentro de dois meses, devemos lançar o segundo, que será voltado para uma área mais precária de habitação.”

O próximo edital está sendo pensado em conjunto com a Autarquia de Urbanização do Recife (URB) e a UFPE. O projeto vencedor recebe cerca de R$ 50 mil para executar. “É completamente viável que as pessoas tenham mais qualidade de vida a partir de uma melhora na condição habitacional. O CAU está muito satisfeito com o projeto atual, que tem mobilizado verdadeiramente a comunidade em suas oficinas”, avaliou Tenório.



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