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Críticas à retomada de obra - Sinduscon PE

Críticas à retomada de obra

15/09/2021 - Fonte: Jornal do Commercio - Cidades

Um dia depois da retomada das obras de construção da Ponte Iputinga-Monteiro, ligação entre as Zonas Norte e Oeste do Recife e que ficou paralisada por sete anos, choveram críticas ao projeto, às adequações feitas a ele e ao valor que custará diante dos benefícios que promoverá para a circulação da cidade.

Vale lembrar que a ponte foi orçada em R$ 48 milhões e, agora, na retomada, custará R$ 38 milhões, sendo R$ 27 milhões na licitação já realizada e R$ 10,9 milhões investidos anteriormente. A principal crítica é em relação ao local onde o equipamento começou a ser erguido ainda em 2012, na gestão do ex-prefeito João da Costa. A atual gestão está apenas mantendo a mesma localização. Os técnicos alegam que, dessa forma, a passagem não atenderá da forma correta a chamada Terceira Perimetral do Recife, traçada ainda nos anos 1980 como um dos eixos principais do transporte público de toda a Região Metropolitana do Recife a partir do Sistema Estrutural Integrado (SEI), a integração de ônibus pernambucana.

"Onde está, não dará sequência ao que definimos como Terceira Perimetral. É mais um dos erros e equívocos cometidos pelos gestores por diversas razões, entre elas evitar custos com desapropriações. O erro foi ainda em 2012, quando a prefeitura escolheu o local onde as obras começaram dessa ponte como sequência da terceira perimetral. A concepção do SEI foi ignorada por completo e, ainda naquela época, alertamos. Onde está, a ponte apenas conectará dois bairros ribeirinhos (Santana/Casa Forte e parte da Iputinga), que não têm significância para o tráfego da cidade. A proposta da ponte era que ela integrasse um corredor perimetral de transporte público. Da forma correta, a Terceira Perimetral tem muito mais efeito sobre a cidade do que o Arco Metropolitano, por exemplo", alerta o engenheiro e professor de transporte da UFPE, Fernando Jordão, que colaborou, em 1985, como coordenador da futura Linha Sul do Metrô do Recife.

O local correto para construção da ponte seria mais abaixo do Rio Capibaribe, na diretriz da Rua Dona Olegarinha e alinhada com a Rua da Harmonia, até a Avenida Norte. Essas vias, de fato, é que integram a Terceira Perimetral - defende o especialista. "Onde está, a ponte apenas ligará a Avenida Maurício de Nassau (Paralela da Caxangá) à Avenida 17 de Agosto. Vai ser mais um dos equívocos do Recife, como foram a Ponte Joaquim Cardozo, que liga as Ilhas Joana Bezerra e do Leite no ponto errado, e o Viaduto das Cinco Pontas, que não acrescenta nada e será demolido em breve. Nos restará adaptar o sistema viário, o que também custará caro, para dar utilidade a ela", reforça Jordão.

A Ponte Iputinga-Monteiro também é criticada sob o aspecto da mobilidade ativa. Embora a Prefeitura do Recife tenha destacado na retomada das obras que está inovando ao prever a implantação de uma estrutura para bicicletas na passagem, ciclistas criticam o tipo e a largura do equipamento. Vale lembrar, ainda, que a criação de infraestrutura para modais ativos é obrigatória pela Lei de Mobilidade Urbana, de 2012, e que não existia na época em que a ponte foi iniciada.

Pelo projeto atual, serão construídas calçadas e ciclofaixas de 1,5 metro de largura em cada lado. Na visão de quem pedala, será dado mais espaço para o automóvel do que para a mobilidade ativa. Serão 7,20 metros disponíveis para duas faixas de carro, enquanto a ciclofaixa terá 1,5 metro. Outro aspecto é a escolha de ciclofaixa no lugar de ciclovia, que daria mais segurança para quem pedala. Sem controle de velocidade que impeça os veículos trafegarem acima de 40km/h, a ciclofaixa não protegerá o ciclista.

Sobre as calçadas, é alegado que a largura adotada é a mínima exigida por lei. E que ela é insuficiente: se um cadeirante se encontrar com outro na ponte, por exemplo, um deles terá que ceder ao outro porque uma cadeira de rodas tem 70 centímetros.

OUTRO LADO

Em nota, a Autarquia de Urbanização do Recife (URB) disse que a ponte "suprirá uma necessidade de interligação entre as duas margens, já que não existe nenhuma ponte para veículos num trecho de quase 5 km do rio".

"A nova ponte reduzirá a distância entre o Parque de Exposições do Cordeiro e a Praça de Casa Forte dos atuais 6,7 km (via Torre-Parnamirim) e 8 km (via BR-101) para apenas 4,39 km. Motoristas indo do Parque do Caiara para o Parque Santana hoje precisam percorrer 5,1 km (via Torre-Parnamirim) ou 7,7 km (pela BR-101), distância que cairá para 3,82 km com a nova ponte", diz a nota.

"Vale destacar que o sistema viário da ponte, atualmente em fase final de elaboração do projeto executivo, criará uma via semiperimetral ligando a Avenida Maurício de Nassau (Paralela da Caxangá) à Avenida 17 de Agosto. Esta obra incluirá a requalificação de 15 vias do entorno nas duas margens, totalizando 4,5 km. A URB lembra também que ciclofaixa é uma novidade do atual projeto, que não estava previsto no anterior, e terá duas faixas com 1,5m de largura cada, perfeitamente adequadas às necessidades dos ciclistas", completa o texto.



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