A realização da COP30 em Belém marca um momento decisivo para o setor da construção, especialmente no que se refere à redução de emissões e à adoção de práticas sustentáveis. Segundo a World Green Building Council (WorldGBC), o segmento de edificações representa cerca de 34% das emissões globais de CO? , o que o coloca como um dos vetores mais relevantes da transição climática.
No Brasil, este cenário se desdobra em uma agenda doméstica, onde iniciativas como a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e a Coalizão pela Habitação Net-Zero 2050 sinalizam articulação entre público e privado para descarbonizar a cadeia habitacional nos próximos 25 anos.
Para a Indústria da Construção Civil, a COP30 traz uma nova lógica: da negociação para a implementação. Conforme destaca a United Nations Environment Programme (UNEP), o foco agora é “transformar compromissos em entregas”. “O setor da construção, com suas tecnologias, processos e cadeias produtivas, está no centro dessa transformação”, comenta o presidente do Sinduscon-PE, Antônio Cláudio Couto.
Já se observa no país que a média de emissões de edifícios está em torno de 220 kgCO?e/m², o que demonstra avanços importantes frente a metas de países desenvolvidos, ainda que haja um grande desafio para ampliar o uso de tecnologias de baixo carbono em escala nacional. “A iniciativa lançada com a presença do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção – CBIC, Renato Correia, na COP30, reforça esse compromisso: reunir governos, empresas, universidades e sociedade civil para promover eficiência, inovação e habitação acessível”, considera Antônio Cláudio. No âmbito prático, isso significa obras mais eficientes, com menor desperdício, menor impacto ambiental e, por consequência, maior qualidade de vida no ambiente urbano.
A convergência entre a agenda da COP30 e o setor da construção abre oportunidades para inovação tecnológica, reformas de processos e novas políticas públicas que poderão redefinir a forma como construímos, habitamos e regeneramos as cidades para o futuro.